segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Primeiro navio vertical do mundo explorará o fundo do mar


Em algum lugar, Capitão Nemo sorri.

* * *
Cadê o p#@¨& do Nemo?

Confissões 4

Acho que o esquerdista que existia em mim aos 18 anos ainda não morreu. Bom, ao menos, terei papo para o analista.

domingo, 29 de novembro de 2009

Cinema político


Pois é. "Lula, o filho do Brasil" começa a aparecer. Com a pretensão de ser o novo "Dois filhos de Francisco", o filme conta a trajetória do nosso presidente pelo ponto de vista de sua mãe. Se ficou um típico filme de Fábio Barreto ("Bella Donna", "A paixão de Jacobina"), ainda não se sabe, embora já haja alguns comentários de que o diretor não perdeu seu toque autoral. Enfim...
Mas "Lula..." é a primeira cine-biografia de um político brasileiro em muito tempo. Uma tradição em outros países, como EUA, este tipo de filme no Brasil era restrito a documentários até agora. O último projeto do gênero no terreno da ficção foi, se não engano, "Indepedência ou Morte", com Tarcísio Meira como D. Pedro I, nos anos 70.
Bom... com Lula puxando o bonde, quais outros políticos poderemos ver representados nos próximos anos? Aqui vão algumas sugestões:

- CoLLor, o filho da (...) do Brasil: história do ex-presidente que veio para renovar o país, mas, devido a paranóia e acusações de abuso de poder, cai em desgraça.
Direção: José Padilha
Estrelando: Wagner Moura como Collor
Slogan: "Você sabe quem é esse homem. Mas tem raiva da sua história."

- Itamar, o mineirinho do Brasil: após a queda de seu patrão, um homem quieto precisa mostrar seu valor e reeguer um país à beira do colapso. Mas ele precisa lidar com seus demônios, representados na figura de uma bela mulher com pouco decoro, o nascimento de um filho inesperado, o Real, e seu amor por Fuscas.
Direção: Hélvecio Ratton
Estrelando: Flavio Migliaccio como Itamar
Slogan: "Você sabe quem é esse homem. Não sabe? Se lembra de 1995?"

- FHC, o passageiro do Brasil: um intelectual assume o controle de um país e decide que sua salvação está em na abertura de portos para o mundo. Mas estará vendendo a alma de sua nação ou a preparando para o futuro? Enquanto viaja pelo planeta em busca de respostas e empréstimos, luta para conseguir mais tempo (4 anos), se livrar da angústia da oposição e alcançar a redenção neo-liberal. O elenco já assinou para a sequencia.
Direção: Fernando Meirelles
Estrelando: Rodrigo Santoro como FHC (Warren Beatty, Jack Nicholson e Tom Hanks recusaram o papel) e Julianne Moore como Dona Ruth.
Slogan: "Você sabe qual foi o resultado das privatizações. Mas não conhece sua história."



Esta é uma pequena sátira sem intenção de desqualificar qualquer um dos envolvidos. Não me processem, sou jornalista e não tenho um centavo. A Primavera do Livros levou tudo!

Momento musical 1

O bom do Facebook ou qualquer ferramento de compartilhamento é se apropriar de descobertas alheias sem culpa e repassá-las. Assim, segue uma música bem legalzinha, que me remeteu aos tempos em que tocava Joy Division sem parar e me achava um gênio por ser atormentado... O que sobrou disso tudo foi o Joy Division. Enfim, para a apreciação:




Em algum lugar, um indie ainda assombra minha realidade...

sábado, 28 de novembro de 2009

Aviso aos navegantes 3

Só responderei aos comentários feitos a partir da presente data. Aos anteriores, agradeço do fundo do meu coração e sugiro esperem uma resposta sentados. De preferência, num bar ou num lugar com ar condicionado. É só chamar que eu vou!

Confissões 3


A Primavera dos Livros, no Museu da República, é um verdadeiro zoológico:

Editora Papagaio, Editora Girafa (acompanhada da Girafinha), Editora Capivara, Editora Barracuda, Editora Galo Branco, Réptil Editora, Panda Books, Bem-te-vi Produções Literárias e Eduerj ("Onde a Coruja pia").


O slogan "Onde a Coruja pia" é criação minha. Direitos reservados.

Em meio a isto, um calor desgraçado e os malditos patos tomando banho no laguinho!...

Sugeri a Landsberg a criação da Anta Editora: Mais revolucionária que o e-reader!

Alvorecer

Hoje, conversando com um amigo no almoço, pensamos: como seria "Crepúsculo" escrito por Phillip Roth? A trama a que chegamos é basicamente esta:

Em "Alvorecer do desejo", Judith Weinstein é uma jovem judia que se muda para o Brooklyn de 1950. Com desejos de se tornar uma escritora, ela se sente presa pelas tradições de sua família judia ortodoxa. Ela se isola do resto da comunidade, dividindo seu tempo entre seus textos, que mantém escondidos de seus pais, e masturbação. Ela se sente pressionada com a vontade de seus pais de casá-la com o filho do rabino, Jacob. De repente, uma família de refugiados do Leste Europeu se muda para seu prédio. Judith se sente fascinada pelos novos vizinhos, composta por artistas performáticos. Em particular, Edwin, um jovem escultor. Ela descobre que eles são, na verdade, vampiros e, pior, ciganos. Embora Judith deseje entrar para trupe e ser uma cigana e vampira, Edwin fica hesitante. Como membro de uma antiga ordem, ele não pode desonrar outras tradições milenares. No caso, morder o pescoço de Judith sem ela sentir dor. Por não se alimentar, Edwin sente os efeitos da decadência de seu corpo e reclama disso sem parar. Eles também precisam enfrentar o violento James, um americano com tendências neo-nazistas, e Jacob, que vira uma fera ao descobrir a paixão entre sua prometida e o recém-chegado. Enquanto isso, os personagens xingam Deus, a sociedade americana e a classe artística. A narrativa é recheada com românticas descrições fálicas, excitantes referências a Israel e delicadas descrições da lenta passagem para a outra vida.

Não percam a sequencia: Estrela nova


Em breve: "Crepúsculo" por Marguerite Duras. Nele, uma francesa e um estrangeiro vampiro se encontram e transam o tempo todo enquanto surgem suas diferenças culturais. Sem mordidas.


Dedicado a Mauro Siqueira, autor do livro "De vermes e outros animais rastejantes" (Ed. Multifoco).

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Imagens do horror 5 (episódio de hoje: "Prazer, sou a Vergonha Alheia. Não nos conhecemos de antes?")


Em outra amostra de que algumas pessoas estão mesmo sem nada para fazer (inclusive eu, acredito), mais celebridades com os quais eu não importaria normalmente se reuniram para fazer um novo ensaio fotográfico que não mudará o curso da humanidade, mas servirá para eles mostrarem para os amigos nas próximas orgias.
Enfim, a recente leva tem Sandy de Mulher-Gatinha (bonitinha, mas dá pra espantar pisando forte no chão), D2 de Quero-ser-George-Clinton-e-como-não-consigo-cadê-meu-Valium-produção?, Eliana de Marilyn Manson (surpreendentemente eficaz. Onde estarão os dedinhos se ela continuar nessa?), Jorge Ben Jor ou sei lá como ele se chama atualmente de George Washington (sic para tudo) e Junior como Jimi Hendrix. E mais uma vez, ele prova, mesmo travestido, a verdade calada sobre sua natureza. Junior continua Junior...

Me lembro até hoje de uma foto do Romário como James Bond.
...
Isso mesmo.
Não, Peixe. Sinto muito.

Vamú pulá fora dessa!

Se eu tivesse juízo (ou saco)...

... eu saltaria do táxi no primeiro espirro do motorista.

... não gosto nem de lembrar...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Coisas que não suporto 1


Algo me diz que esta será uma série longa...

Sou um carioca por criação. Gosto da cidade. É legal. Mas, como todas as coisas legais, pode ser incrivelmente irritante às vezes. Há momentos em que o Rio de Janeiro, com o providencial auxílio do calor, se assemelha a uma filial do inferno.

Exemplo do dia: ônibus (e estou me referindo apenas à Zona Sul).

- faça chuva, faça sol, os ônibus lotados invariavelmente são quentes, abafados e lentos. Muito lentos. Por que as pessoas não esperam o próximo a chegar (e a Zona Sul é bem abastecida neste aspecto) vai além da minha compreensão.

- vendedores ambulantes, como todos os mortais, precisam ganhar seu ordenado. Eles poderiam estar roubando, estar matando, mas preferiram fazer uma grana honesta. Excelente atitude, eu aplaudo. Devo, inclusive, meu fornecimento de amendoins com casca a eles. Mesmo assim, são um pé no saco. Se você é alguém que está cansado, precisa de um tempo para organizar seus pensamentos ou está preocupado com negócios pendentes, seu estado de instropecção é brutalmente interrompido por:

"BOA TARDE, SENHORAS E SENHORES PASSAGEIROS. DESCULPE ESTAR INCOMODANDO O SILÊNCIO DA SUA VIAGEM..."

Neste instante, o que surge à mente é:

"Desculpa o c@#$%¨&*! Se não quer incomodar o silêncio da viagem, cala a p*&¨%$ da boca, seu filho da p*&¨!"

E fico tão perturbado que só consigo prestar atenção à minha irritação. Exceto quanto meu estoque de amendoins com casca está no fim. Ou se eu quero um chocolate. Ou uma caneta. Quero dizer, se eles tivessem um centro de treinamento, onde pudessem formar um grupo de estudos acadêmicos dedicado a abordar os passageiros sem assustá-los ao mesmo tempo, seria muito bom. Mas talvez esteja sonhando.

- Imagina o seguinte: Você entra no ônibus quando ele ainda não alcançou os pontos de concentração. Há lugares vagos, você pode escolher o seu, parece agradável. Vamos supor mais uma vez que você decida se sentar mais à frente ou no meio. Aí, eles, um bando por vez, entram. Como a praga de gafanhatos, infestam o veículo por todo lado, levando a máxima do coração de mãe para a realidade do transporte público. Seu momento de deixar a lata de sardinhas motorizada se aproxima. Olha para cima. Olha para o lado. Ah, não... Mas é preciso fazê-lo, caso contrário, você não desce. Aí, você se espreme, usa força, os cotovelos, tudo, porque eles não se movem (não conseguem!) e, a cada passo errado, mais riscos de não saltar no local pretendido. Você se esfrega em todas pessoas que pode imaginar, principalmente naquelas em que não se esfregaria em outras circunstâncias. Você chega à traseira do ônibus, puxa a corda e se sente como a Sônia Braga em "A dama do lotação". Só que não há prazer. Nenhum.

- Dirigir por horas a fio deve ser um porre. Manter sua sanidade enquanto executa esta tarefa provavelmente faz do homem um forte. No entanto, nem todos conseguem. Até o momento, dividi os enlouquecidos em três categorias:

Há os "pilotos", aqueles que parecem estar loucos para chegar ao grid do ponto final, correm nas congestionadas e tensas vias como se estivessem em Intergalos e acreditam que Galvão Bueno com prancheta na mão e camisa azul os recepcionará.

Também há os mais "baianos". O dia está lindo, outros ônibus da mesma linha estão fazendo a coleta de passageiros, para que a pressa... e param numa esquina, fazendo hora enquanto você se desespera porque, ao contrário do motorista, tem um compromisso marcado. É uma maldição que parece afetar bastante o 474.

E, finalmente, encontramos os "conversadores". Esta espécie é um primo do vendedor ambulante, mas pior, porque esse, eventualmente, salta. O motorista "conversador" fica com você até o final da sua viagem. O ônibus é barulhento e o cara quer ser ouvido. Então, ele faz mais barulho que o ônibus. Ele grita sobre os mais variados e, geralmente, desinteressantes assuntos para o colega trocador ou algum amigo que pegou em dado momento do trajeto. Quando o sinal fecha e, por um golpe do distante, um camarada motorista para sua colorida condução ao lado da dele, ambos abrem a janela e fazem um coro para os passageiros de ambos os transportes. Às vezes, o trocador também tem um opinião e vira um terceto. Ou o trocador do outro lado igualmente deseja se expressar e temos um quarteto. Poderia ser uma ópera bufa mal escrita se não fosse trágico. E o passageiro, vítima do espétaculo, começa a pensar se deveria pegar o dinheiro do ingresso (valor mínimo de R$ 2,20) de volta...


Posso reclamar bastante, mas gosto de ônibus. Até porque há coisas piores. Como a linha 2 do metrô.

Imagens do horror 1 (referente ao post "Coisas que não suporto 1")

"Abandonai toda esperança, vós que aqui entrais."

Imagens do horror 2 (referente ao post "Coisas que não suporto 1")

"Eu não peço desculpa. E nem peço perdão..."

Imagens do horror 3 (referente ao post "Coisas que não suporto 1")

"É uma sacola que você está carregando ou você só está feliz em me ver?"

Imagens do horror 4 (referente ao post "Coisas que não suporto 1")

"Não tem nenhuma bomba neste ônibus. É que eu preciso usar o banheiro urgente!"

Zenas kariokas 1


Muito bem. Estou no ônibus 570. Sem ar condicionado. Lotado. Do lado de fora, chove. Janelas fechadas. Sem ar condicionado. Abafado. Neste ambiente, os passageiros, sem saída, conversam.


Primeira situação:

Um senhor carregado de sacolas entra, forçando seu caminho até a traseira do ônibus. Parece sem fôlego.
- Abra as janelas. Tudo fechado... vai espalhar HIV...
A garota atrás de mim pergunta para a amiga:
- HIV se pega pelo ar? Não sabia.

Vivendo e aprendendo.

Segunda situação:

Dois amigos, mais à frente no ônibus, batem papo:
- ... sabe aquele com a caveira?
- Édipo?
- Isso! Édipo!

Ser ou não ser? Não ser.

Terceira situação:

Uma mulher de meia idade, usando sandálias (é impressionante a quantidade de pessoas que estão de sandálias na chuva...), pede para saltar e se posiciona na saída. O motorista para e, logo abaixo, uma imensa poça escura encara.
- Moço, pode ir mais pra frente, que aqui tem uma poça enorme?
O motorista atende o pedido e para de novo uns poucos metros adiante. Em frente à porta, um imenso carro preto bloqueia a passagem.
- É, acho que aqui não é melhor não...

Esse comentário foi meu. Mas outra alma espirituosa me ouviu. E fez sua tréplica.
- Vai saltar como? Por cima do carro?

Fingi que não era comigo e fiquei quieto.

Quarta situação:

As garotas atrás de mim (as mesmas sobre a mutação do HIV) notam que a chuva deu uma trégua:
- Gente, parou de chover. Por que não abrem as janelas?
- É. Quer ir pra sauna, vai pro clube.

Eu abri minha janela.
Sou como Groucho Marx nesse sentido, não pertenço a nenhum clube que me aceita como sócio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rio de Janeiro, cidade que me seduz


Pego o "Fama e Anonimato", do Gay Talese, a edição da Companhia das Letras. Não o lia desde a Flip 2009. Enfim, abro num trecho onde repousava o marcador, entre as páginas 52 e 53, e isto é o que surge:

... comentam o calor usando a frase habitual: "Que calorão, hein?".
"Que calorão, hein?"
"É mesmo."
"Que calorão, hein?"
"É..."
"Que calorão, hein?"
"Sí."
"An-ham."
"É."
"É."
"É."
E por aí vai, dia após dia em Nova York; as pessoas só têm uma coisa a dizer umas às outras.


Gay Talese, mostrando que sua força ultrapassa o território jornalístico e alcança o sobrenatural, segue com mais provas de seus poderes premonitórios:

Aconteceu uma coisa inesperada às 14h49 (...), numa grande área de Manhattan: faltou luz e, em muitos bairros, a escuridão cobriu tudo, os relógios pararam, a cerveja esquentou, a manteiga amoleceu e as pessoas ficaram conversando agradavelmente à luz de velas em salas sem televisão.

Bom, talvez nem tão agradavelmente, já que soube que a falta de ar condicionado deixou algumas pessoas com os nervos a flor da pele...

Que conclusões tiramos?

Primeira, Gay "Nostradamus" Talese é mesmo uma mente brilhante. Até na alusão à Manhattan (Ipanema e Leblon não seriam a versões cariocas? Os moradores de lá, pelo menos, gostam de pensar assim.), ele acertou.

Segunda, finalmente o carioca pode assumir seu lado cosmopolita. Talese prova que o Rio de Janeiro do século 21 pode ser comparado sem problemas com Nova York... em 1959. Acho que Landsberg vai gostar de saber disso.

* * *

Crédito a quem merece: imagem do blog de Felipe Machado no Estadão (blog.estadao.com.br/blog/media/taleseblog.jpg)

Confissões 2

Tony Soprano não morreu.

Ele está num programa de proteção à testemunha no Grajaú!

Dicas 1

Não importa o que aconteça, nunca, nunca deixe de pedir os 10 centavos de troco para o taxista. Acredite, ele tem!

Cosmopolita 2

Ser brasileiro é beber champanhe em lançamento de livro de ficção escrito por sambista, com a roda tocando, na Livraria Argumento do Leblon.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Confissões 1

Recentemente, li "O segundo sexo" de Simone de Beauvoir.

Ainda não entendo as mulheres.

Cosmopolita 1

Nada mais brasileiro do que beber um café no Armazém do Café, no Leblon, em frente à Praça Cazuza, lendo o "The New York Review of Books".