domingo, 11 de janeiro de 2009

Ciência e arte de chegar em alguém


Muito bem, nesta imagem bucólica acima, passemos para a autozoação (acredito que seja junto agora. Ah, o Acordo Ortográfico...). A pergunta que não quer calar: “Que raios estou falando para a garota do meu lado?” Abaixo, algumas opções:

“Oi, eu sou um pseudo-intelectual solteiro e excitado. Eu vou usar toda a minha habilidade verbal para ver se consigo seduzir sua mente antes que você caia no sono.”

“Não fazem mais sapatos deste tamanho.”

“... é por isso que nunca mais entro num banheiro público!”

“Então, eu peguei um peixe assim ó!”

“Quer saber o tamanho do meu ego?”

“Quer saber o tamanho do meu ego?” (piscadela.)

“Quando você boceja, sua boca fica assim.”

“O fator de elasticidade do plástico perfeito só não é maior do que meu poder de enrolação.”

“Como o Ronaldo não sabia que eram travestis?” (Essa é velha, mas não resisti.)

“Eu poderia ser simples e direto e falar que tou a fim de você, mas prefiro me alongar até que nós dois esqueçamos o que viemos fazer aqui.”

“Esse é o problema que enfrento quando acordo.”

“O que você quer dizer com que cada minuto comigo parece se alongar tudo isso?”

“O banheiro da casa é apertado, mas a gente dá um jeito.”

“Eu gostaria de comer um bolo de chocolate assim!”

“Eu posso ser chato, mas tenho outras qualidades.” (Outra piscadela.)

“Olha a bunda daquela...!”

“Ah, eu simplesmente não sei!”
O que teria ela respondido?...


sábado, 10 de janeiro de 2009

Sábado à noite, um (a) parte


É noite de sábado. Lua cheia, cercada por nuvens teimosas, que a tapam e a liberam conforme seu prazer. Ao longe, no outro do quarteirão, há uma festa. Música de boate. Gostosa, pop, fácil. Não é um lugar para causar impressões, ser perspicaz ou arrumar um trabalho. É uma celebração da futilidade. Bebida, risos e uma oferenda aos deuses do esquecimento. É um lugar para viver em seu sentido puro. Apenas sentir. Dançar, beijar e, provavelmente vomitar. Onde profissionais liberais jovens, estudantes ou apenas desocupados vão e se reproduzem. Eles só querem pular e curtir. Estão mais vivos que seus vizinhos que reclamam do barulho ou daqueles que não conseguem deixar de pensar em si mesmos por um minuto. Não há pena; foi substituída pela cumplicidade. Querem uma garota bonitinha e cara gato. Talvez até os dois... O que importa é provocar artificialmente felicidade, de modo que ela surja pura. São traficantes que distribuem de graça seu produto. Abrem a porta com a promessa de uma boa noite, desde que esteja no clima de sorrir e ser a melhor imagem que possa vender. Complexidade não foi convidada. É o réveillon de um fim de semana qualquer.
À distância, escuto a música (e algumas buzinas). Imagino o que deva estar acontecendo por lá. Timidamente sorrio; em espírito, estou lá. Um copo na mão, uma piada na ponta da língua e um papo sobre o relevante do momento. Não o dos jornais, me refiro, mas o das festas. Lá, morrer não é permitido. No dia seguinte, você está por conta própria, meu irmão, seu problema. Mas, agora, viva e sinta que há uma razão. Pode não ser convincente sob uma análise profunda, mas isso não é nada. A noite está linda, o bar cheio e o pessoal em sintonia. Vamos dançar até o dia raiar.