quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Give it up for love...

Por que nos deixar levar pelo amor se esse sempre nos deixa?...

A imagem é de uma interessante série americana de 2008, "Swingtown". A trama é sobre três casais de vizinhos e se passa durante a metade dos anos 70, quando uma revolução comportamental ocorreu. Especificamente, o papel da mulher da sociedade, o surgimento do pop, questionamentos políticos e as liberdades de expressão e sexual (daí, o título). Exibida pela rede CBS, durou apenas uma temporada. Uma pena. Acredito que se tivesse ido para uma rede privada (uma HBO, Showtime ou AMC da vida...), estaria no ar até hoje. Por outro lado, talvez não. Veja o que houve com "Deadwood"...

Mas não é sobre "Swingtown" que desejo tratar. Fica a dica, no entanto.

Em minhas incessantes horas em frente ao computador, encontrei um texto que utilizava esta mesma foto: "I'm Feelin' Sexy but Monogamy is Killin' It" . No post, a autora discorria sobre o desejo por aventuras fora de seu relacionamento. Apesar de se dizer feliz com o marido, ela sente impulsos sexuais e discorre sobre o papel da monogamia. Ela, inclusive, cita um estudo sobre a fidelidade entre mamíferos. Em particular, destaco este trecho:


"Sexual monogamy is the practice of having sex only with one mate at a time. Social monogamy is when animals form pairs to mate and raise offspring but still have flings—or "extra-pair copulations" in science lingo—on the side"

Talvez a saída seja essa? Não acho. Afinal, controlar impulsos é o que nos separa dos animais. Mas há uma razão em questionar a função da fidelidade quando a "monogamia social" parece ser uma palavra de ordem. Por mais felizes que estejamos com nossa "cara metade", o desejo sempre vai existir. Mas o que fazemos com ele? Ouvimos seu chamado? Isso não é necessariamente trair alguém. Pode-se terminar o relacionamento (me vem à mente a expressão mais infame da face da Terra: "Tá na hora de procurar coisas novas."), recorrer a formas auto-satisfatórias ou até negociar com a outra pessoa. O mais normal e aceito é reconhecer isso para si mesmo, esquecer e seguir em frente.

O que me pergunto é o seguinte: aceitando o conceito de monogamia como dependente de nossa consciência e que não há de errado com reconhecimento do desejo, qual é o fator que está por trás disso? O que faz este desejo tão forte em nós? Eu não tenho uma resposta. Nem sei como poderia... Suspeito que esteja ligado à eterna insatisfação humana. Por mais que tenhamos realizado conquistas consideráveis, que, talvez, nossas existências não sejam tão "miseráveis" quanto fantasiamos, não acreditamos na segurança. A vida mostra de forma bem cruel como tudo o que parece ser para sempre pode lhe ser tirado da noite para dia. Há pessoas que se dedicam à auto-sabotagem para evitar uma decepção maior do outro. "Melhor eu acabar com isso tudo antes que ela/ele, porque, pelo menos, terei algum controle." Por não ter resposta: faço mais uma pergunta: Por que não podemos ser felizes com o que temos? Não sei porque gratidão e conformismo precisem andar de mãos dadas. São coisas diferentes. Procure num dicionário.

Algo me diz que voltarei a comentar este tópico em outro texto. Até lá, então.


Curiosidade: a música tema de "Swingtown", Give it up for love, foi composta especialmente para série por Liz Phair. A ideia era da canção sair no cd com a (excelente) trilha da série. Infelizmente, o final prematuro de "Swingtown" impediu isso. Se alguém souber como adquirir esta música (ou se o cd saiu mesmo, pois não procurei esta informação atentamente), por favor, avise. Obrigado, DRR

Um comentário:

  1. Ribas, fiquei MUITO curiosa para assistir esse seriado. Procurei por aí e achei isto... que abertura hehehe http://youtu.be/DKFN0JecwIg

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